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quarta-feira, dezembro 30, 2009

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OFERENDAS NAS RELIGIÕES

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Fim de mais um ano...

É hora de agradecer, e renovar metas e pedidos para o ano que se inicia.

Época de levar flores para o mar...Oferendas para Iemanjá!

Sempre me vejo nesta época, cercada por comentários e críticas, por parte daqueles que não compartilham da mesma fé.

São pessoas que estão presas à paradigmas ou convenções impostas por religiosidade, desrespeitando a fé dos que não compartilham de tais idéias consigo.

Mediante tal reflexão, encontrei um artigo, que compartilho aqui, com voces, com a pura finalidade de esclarecimento e reflexão coletiva:




"A milenios as manifestações religiosas entendem as bençãos como: saúde, vida longa, prosperidade financeira, harmonia, felicidade conjugal, fertilidade, filhos perfeitos, entre outras como permissões

concedidas por Deus, ou pelos Deuses, nos casos politeístas.

E a ausência dessas bençãos como insatisfação e castigo por parte das

divindades.

Para garantirem a continuidade dessas bençãos, estabeleceram um

sistema ritualístico de oferendas. Uma espécie de agrado ou troca

pelas graças recebidas. E essas graças não necessariamente eram

grandiosas, o simples fato da continuidade da vida e a ausência

doenças, já eram por si só, motivos de sinceros agradecimentos.

A pessoa que mais estivesse em conexão com seus Deuses, através da

prática das oferendas, teria mais chances de vencer as dificuldades.

Esses Deuses eram passionais e partidários e disputavam poder entre

si, cada qual pendendo para os seus entes queridos, para isso, lutavam

entre si, se fosse preciso, a vitória do ente querido era a vitória de seus Deus. Essa ideia de pluralidade de divindades explicava de modo

racional e coerente(para a época) as vitórias de uns em detrimento da desgraça de outros.

Esses conceitos estão profundamente arraigados no inconsciente

coletivo de todas as raças. E a necessidade da oferenda ainda se faz

presente em muitas manifestações religiosas, sejam seitas desconhecidas,

ou religiões institucionalizadas e organizadas.

Hoje o conceito de oferenda, continua presente, mesmo nas religiões

que não permitem a idolatria. Nelas, não se oferenda elementos materiais

mas a tentativa de agradar a Deus e consequentemente evitar punições,

quer seja nessa vida, quer seja na continuidade desta e uma constante.

Jesus não condena somente a idolatria, condena sobretudo a hipocrisia.

Será que se tivéssemos a certeza de que não seríamos punidos ou

recompensados por Deus, em função de qualquer ato praticado, continuaríamos a procurar sermos pessoas melhores. Ou nos perderíamos no aqui e agora, no conceito de "aproveite a vida", porque

só existe uma.

Oferendar deve ser um ato de amor, quer seja um trabalho voluntário,

uma cesta básica, uma oração para um irmão, um amalá para Iemanjá, ou o dízimo da Igreja".





Por Claudia Baibich

O Ori

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Ori é o deus portador da individualidade de cada ser humano.
Representa o mais íntimo de cada um, o inconsciente, o próprio sopro de vida em sua particularização para cada pessoa.
Ori mora dentro das cabeças humanas, tornando cada um aquilo que é.
Como ao morrer, a cabeça de uma pessoa não é separada para o enterro, Ori é conhecido como aquele q pode fazer a grande viagem sem retorno, pois os outros orixás, mesmo quando morrem seus filhos, sao libertados da cabeça (Ori) e retornam ao Orun (céu, ou mundo exterior).
Durante o processo iniciático a primeira entidade a ser equilibrada é justamente o ori, a individualidade pessoal, para que a pessoa não se transforme em um mero espelho do orixá.
À cerimônia de equilíbrio do Ori dá-se o nome de Bori (bo = comer, ori = cabeça => dar comida para a cabeça, fortalece-la). Um dos mitos sobre Ori diz que ele pode depois de enterrado voltar ao orum, levado por Nanã ou Ewá.
Diz este mito q um dia Ori percebeu q era o momento de nascer outra vez e foi falar com Olorum, o Universo, solicitando permissão para nascer na mesma família em que havia nascido antes.
Olorum permitiu, com a condição de q apenas ele, Olorum, pudesse conhecer o dia de sua morte, sem que Ori pudesse opinar sobre esta questão. E que o destino de Ori só pudesse ser mudado quando Ifá fosse consultado" .
Este orixá não tem características estéticas pois não incorpora. Apenas é cultuado juntamente com os orixás, possuindo um número no jogo de búzios onde "fala".
A quizila de Ori é a mentira

O jogo de Búzios

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A origem dos Búzios se perde na noite dos tempos.
Sua tradição está estreitamente ligada à cultura africana.
Alguns estudiosos acreditam que a cultura africana vem dos tempos pré-egípcios, talvez atlantes.
Conta a lenda que a estrela da manhã revelou a Orunmilá que todos os segredos e materiais da criação se encontravam numa concha de caramujo, dentro de um vaso que ficava entre as pernas de Obatalá.

O jogo de Búzios, como é conhecido hoje, pode ser considerado uma variação do jogo de Opon lfá ou Opelê de lfá, que se desenvolveu na África.

A leitura esotérica divinatória está diretamente ligada à Òrúnmìlà, cujos babalorixás, são seus porta-vozes, outras lendas africanas, mostram a ligação do jogo de búzios com Exú, Oxum e Oxalá. No capítulo destinado aos Orixás, consta essa estreita relação entre Exú e Ifá.

O oráculo afro-brasileiro tem mais de uma modalidade: usando um rosário, o Rosário de Ifá ou com as peças [búzios ou sementes soltas. Estudos indicam que ambos os métodos de vidência tem origem na cultura ioruba [Nigéria] e estão relacionados com o mito de Òrúnmìlà´. O SER de Òrúnmìlà é objeto de controvérsias: alguns consideram-no um Orixá, outros afirmam que este SER pertence a "...um plano mítico e simbólico superior ao dos outros orixás" [André D'Òsòòsí]: é a emanação mais transcendente ou superior de Olorum [o Deus Supremo]. O fato é que Òrúnmìlà é o Senhor dos Destinos, o Testemunho de Deus [Elérí Ìpín], o Vice-Deus [Ibìkéjì Olódúmarè], Aquele que Está no Céu e na Terra [Gbàiyégbòrún


Também chamado IFÁ ou, ainda, Merindilogún [Jogo dos Dezesseis], o oráculo que desvenda as brumas do invisível e do futuro, é um dos aspectos mais herméticos do Candomblé: uma porta fechada para leigos.O jogo de búzios é exclusivo dos candomblecistas praticantes e reconhecidamente iniciados.

Por ser alvo de muitas críticas por parte de adeptos de outras religiões, é necessário ressaltar que, pode ser uma relevante fonte de renda para os terreiros sim, afinal, terreiros assim como o Vaticano também têm contas a pagar o quê lembra a famosa frase da atriz Cacilda Becker em resposta aos que lhe pediam para entrar de graça no teatro: "Não me peça para dar a única coisa que eu tenho para vender"




terça-feira, dezembro 08, 2009

O CANDOMBLÉ DE CABOCLO

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O caboclo é a entidade espiritual presente em todas as religiões afro-brasileiras, sejam elas organizadas em torno de orixás, voduns ou inquices. Pode não estar presente num ou noutro terreiro dedicado aos deuses africanos, mas isto é exceção. Seu culto perpassa as modalidades tradicionais afro-brasileiras — candomblé, xangô, catimbó, tambor de mina, batuque e outras menos conhecidas —, constitui o cerne de um culto praticamente autônomo, o candomblé de caboclo, e define estruturalmente a forma mais recente e mais propagada de religião afro-brasileira.

O Candomblé, ao desembarcar no Brasil, com os escravos, encontrou os índios que praticavam a pajelança, praticado de várias formas. Forma de culto xamânico que ocorre na região Norte, com rituais de origem indígena mesclados a elementos do espiritismo, catolicismo e dos cultos afro-brasileiro.
Os celebrantes são chamados "pajés", termo de origem tupi que significa xamã.
Os Jesuítas, incumbidos de doutrinar os índios e depois o negro, proibiram que estes cultuassem seus Deuses. Os escravos, por não terem alternativa, constituíram altares com imagens e gravuras dos Santos do Catolicismo. Associavam as imagens aos Orixás. Os rituais eram realizados nos terreiros das senzalas e até em pequenas igrejas católicas construídas para escravos durante á madrugada.

Com o tempo, alguns terreiros começaram a misturar os rituais do Candomblé com os da pajelança, dando origem a um outro culto denominado de Candomblé de Caboclo. Os espíritos que se manifestavam eram os de índios e de negros.
Do Candomblé primitivo, restou um tronco original que continuou fiel a suas raízes.

Em 1908, por vontade dos espíritos superiores, crio-se um movimento espiritualista, destinado a fazer progredir os cultos nascido do Candomblé.

As pessoas erroneamente tratam o Candomblé de Caboclo de modo pejorativo como se o mesmo não tivesse sua força, sua graça, sua beleza, sentindo-se os próprios donos da verdade.

O Candomblé de Caboclo é todo ritual religioso que além do culto aos Orixás, cultua os espíritos de índios, que são os caboclos, a corrente africana que são os preto-velhos, os boiadeiros, espíritos do sertão nordestino.
Essas entidades não são de Candomblé, simplesmente estão em casas de Candomblé e/ou Candomblé de Caboclo.

O Caboclo Boiadeiro, é alegre, destemido, valente, brincalhão. Teriam vivido no sertão na lida com o gado e usam chapéu característico de couro. Os marujos, sempre cambaleantes por causa do tombo do mar, que marca a vida nos navios simbolizam a fartura a alegria e a verdade.

O termo Candomblé de Caboclo teria surgido na Bahia, entre o povo-de-santo ligado ao Candomblé de nação Queto.

No Candomblé de Caboclo, há predominância de muitos elementos do Candomblé de Angola. Os atabaques são tocados com as mãos, as músicas são cantadas em português, com uso freqüente de termos rituais de origem banta.

O apelo a uma cultura indígena, idealizada, proporciona ao Candomblé de Caboclo uma valorização aos elementos nacionais, fazendo dela uma religião Brasileira por excelência.

Existem poucas casas de Candomblé de Caboclo, sendo mais freqüente em São Paulo , Rio de Janeiro e no Nordeste do Brasil.

Trata-se portanto de um exemplo nítido do sincretismo religioso popular no Brasil. Registam-se nele influências indígenas e mestiças, resumindo-se os hinos especiais de cada encantado ou caboclo, cantados em português, a uma declaração dos seus poderes sobrenaturais.
A origem dos candomblés de caboclo estaria no ritual de antigos negros de origem banto, que na África distante cultuavam os inquices — divindades africanas presas à terra, cuja mobilidade geográfica não faz sentido — e que no Brasil viram-se forçados a encontrar um outro antepassado para substituir o inquice que não os acompanhou à nova terra.
Neste novo e distante país, que antepassado cultuar senão o índio, o caboclo, como diziam os antigos nordestinos? Os antigos habitantes, quem senão o verdadeiro e original "dono da terra"?
Apesar de preponderantemente identificados como índios, há caboclos de diferentes origens míticas, como boiadeiros, turcos e marinheiros ou marujos.
Caracterizam-se, em geral, pela comunicação verbal e proximidade de contato com o público que freqüenta os terreiros.

Eles brincam, entoam cantigas e tiram as pessoas para dançar ao som de seu alegre samba.

Além da animação, outra característica marcante é seu poder de cura e a disposição para ajudar os necessitados, mais a sabedoria. Acredita-se que os caboclos conhecem profundamente os segredos das matas, podendo assim receitar com eficácia folhas para remédios e banhos medicinais.
No imaginário popular, o caboclo é a um só tempo valente, destemido, brincalhão e altruísta, capaz de nos ajudar para o alívio das aflições cotidianas. As pessoas que acorrem aos cultos afro-brasileiros, sobretudo as mais pobres, encontram nesta entidade um sábio curandeiro, sempre pronto a vir em socorro dos aflitos.
O termo candomblé de caboclo teria surgido na Bahia, entre o povo-de-santo ligado ao candomblé de nação queto, originalmente pouco afeito ao culto de caboclo, justamente para marcar sua distinção em relação aos terreiros de caboclos. Nos anos 30, de acordo com relato da antropóloga americana Ruth Landes, que esteve na Bahia num período entre 1938 e 1939, usavam-se as expressões mãe cabocla, seita cabocla, candomblé de caboclo em oposição aos termos dos candomblés africanos.

Hoje, na diferenciação com outras nações de candomblé, como queto, jeje, ijexá, efã, angola e congo, fala-se numa nação caboclo, mas raramente pode-se encontrar um candomblé de caboclo funcionando independentemente de um candomblé das outras nações. Embora muito associado ao candomblé angola, o rito caboclo já começava, à época da visita de Landes à Bahia, a ser incorporado também a candomblés de nação queto.

Na disputa por legitimidade e prestígio, os candomblés de caboclos foram considerados inferiores tanto pelo povo-de-santo como pelos pesquisadores, que deles escreveram muito pouco. O primeiro trabalho científico tratando com profundidade do candomblé de caboclo somente apareceu em 1995, com a publicação do livro.

O dono da terra, tese de mestrado defendida na USP pelo antropólogo baiano Jocélio Teles dos Santos.

A dissimulação e mesmo a negação do culto aos caboclos nos terreiros marcados pela ortodoxia nagô, entretanto, mantém-se até hoje, sendo comum a acusação de que em tal ou qual terreiro queto que não tem caboclo, a mãe-de-santo ou outra pessoa de prestígio recebe seu caboclo escondido ou, no mínimo, lhe oferece sacrifícios na mata.
Apesar de considerado inferior, o candomblé de caboclo impregnou-se nas demais nações e por meio delas propagou-se pelo País.

No candomblé de caboclo há predominância de muitos elementos do candomblé angola, os atabaques são tocados com as mãos, as músicas são cantadas em português, com uso freqüente de termos rituais de origem banto.

O apelo a uma cultura indígena, quase sempre idealizada, proporciona ao candomblé de caboclo uma valorização de elementos nacionais, fazendo dele, na concepção popular, uma religião "brasileira por excelência".

Elementos simbólicos nacionais são ressaltados, como a menção às matas, as cores verde e amarelo, o sincretismo católico e a miscigenação racial. Em todo seu repertório musical fala-se muito desse amálgama cultural que é o Brasil.
Esta matriz cabocla foi inteiramente absorvida pela umbanda, que na forma é um candomblé de caboclo, mas que contém uma elaboração ética da vida que separa o bem do mal
Os caboclos são espíritos dos antigos índios que povoavam o território brasileiro, os antigos caboclos, eleitos pelos escravos bantos como os verdadeiros ancestrais em terras nativas. São espíritos, não deuses.
No candomblé, os caboclos, que também podem ser do sexo feminino, são considerados filhos dos orixás e os próprios caboclos incorporados a eles assim se referem, quando dizem que foi o pai ou a mãe que os mandou vir à terra para a celebração do toque, ou quando vão embora e dizem que foi o pai ou a mãe que chamou.

segunda-feira, novembro 16, 2009

OXUM

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Conta-nos uma lenda, que Oxum queria muito aprender os segredos e mistérios da arte da adivinhação, para tanto, foi procurar Exú. Exú, muito matreiro, falou à Oxum que lhe ensinaria os segredos da adivinhação, mas para tanto, ficaria Oxum sobre os domínios de Exú durante sete anos, passando, lavando e arrumando a casa do mesmo, em troca ele a ensinaria.E, assim foi feito, durante sete anos Oxum foi aprendendo a arte da adivinhação que Exú lhe ensinará e consequentemente, cumprindo seu acordo de ajudar nos afazeres domésticos na casa de Exú. Findando os sete anos, Oxum e Exú, tinham se apegado bastante pela convivência em comum, e Oxum resolveu ficar em companhia desse Orixá. Em um belo dia, Xangô que passava pelas propriedades de Exú, avistou aquela linda donzela que penteava seus lindos cabelos a margem de um rio e de pronto agrado, foi declarar sua grande admiração para com Oxum.
Foi-se a tal ponto que Xangô, viu-se completamente apaixonado por aquela linda mulher, e perguntou se não gostaria de morar em sua companhia em seu lindo castelo na cidade de Oyó. Oxum rejeitou o convite, pois lhe fazia muito bem a companhia de Exú. Xangô então irritado e contrariado, seqüestrou Oxum e levou-a em sua companhia, aprisionando-a na masmorra de seu castelo. Exú, logo de imediato sentiu a falta de sua companheira e saiu a procurar, por todas as regiões, pelos quatro cantos do mundo sua doce pupila de anos de convivência. Chegando nas terras de Xangô, Exú foi surpreendido por um canto triste e melancólico que vinha da direção do palácio do Rei de Oyó, da mais alta torre. Lá estava Oxum, triste e a chorar por sua prisão e permanência na cidade do Rei. Exú, esperto e matreiro, procurou a ajuda de Òrùnmílá, que de pronto agrado lhe cedeu uma poção de transformação para Oxum desvencilhar-se dos domínios de Xangô. Exú, através da magia pode fazer chegar as mãos de sua companheira a tal poção. Oxum tomou de um só gole a poção mágica e transformou-se em uma linda pomba dourada, que voou e pode então retornar em companhia de Exú para sua morada.




LENDAS




Logo que todos os Orixás chegaram à terra, organizavam reuniões das quais mulheres não podiam participar. Oxum, revoltada por não poder participar das reuniões e das deliberações, resolve mostrar seu poder e sua importância tornando estéreis todas as mulheres, secando as fontes, tornando assim a terra improdutiva.Olodumaré foi procurado pelos Orixás que lhe explicaram que tudo ia mal na terra, apesar de tudo que faziam e deliberavam nas reuniões. Olodumaré perguntou a eles se Oxum participava das reuniões, foi quando os Orixás lhe disseram que não. Explicou-lhes então, que sem a presença de Oxum e do seu poder sobre a fecundidade, nada iria dar certo. Os Orixás convidaram Oxum para participar de seus trabalhos e reuniões, e depois de muita insistência, Oxum resolve aceitar. Imediatamente as mulheres tornaram-se fecundas e todos os empreendimentos e projetos obtiveram resultados positivos. Oxum é chamada Iyalodê (Iyáláòde), título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre as mulheres da cidade.



OXUM




Nome de um rio na Nigéria, em Ijexá e Ijebú. Segunda mulher de Xangô, deusa do ouro, riqueza e do amor. A Oxum pertence o ventre da mulher e ao mesmo tempo controla a fecundidade, por isso as crianças lhe pertencem. Dona dos rios e cachoeiras gosta de usar colares, jóias, tudo relacionado à vaidade, perfumes, etc.




O ARQUÉTIPO DE OXUM



As pessoas de Oxum são vaidosas, elegantes, sensuais, adoram perfumes, jóias caras, roupas bonitas, tudo que se relaciona com a beleza. Gostam de chamar a atenção do sexo oposto. São boas donas de casa e companheiras, despertam ciúmes nas mulheres e se envolvem em intrigas.Oxum é destemida diante das dificuldades enfrentadas pelos seus. Ela usa sua sensualidade para salvar sua comunidade da morte. Dança com seus lenços e o mel, seduzindo Ogum até que ele volte a produzir os instrumentos para a agricultura. Assim a cidade fica livre da fome e miséria. Oxum enfrenta o perigo quando Olodumare, Deus supremo, ofendido pela rebeldia dos orixás, prende a chuva no orum (Céu), deixando que a seca e a fome se abatam sobre o aiê (a Terra). Transformada em pavão, Oxum voa até o deus maior, para suplicar ajuda. Mesmo tornando-se abutre pelo calor do sol, que queima-lhe, enegrecendo as penas, ela alcança a casa de Olodumare. Indignada por se perceber excluída da reunião de orixás masculinos, Oxum torna estéreis todas as mulheres até que ela seja convidada para o encontro. Uma demonstração de que com ela é assim: bateu, levou. Não tolera o que considera injusto e adora uma pirraça. Da beleza à destreza, da fragilidade à força, com toque feminino de bondade, é assim o jeito dessa deusa-heroína. Sensível à condição de fraqueza, Oxum se dispõe a aliviar o sofrimento alheio. Assim ela o faz quando Oxalá tem seu cajado jogado ao mar e a perna ferida por Iansã. Oxum vem para ajudar o velho, curando-o e recuperando seu pertence. Ela é adorada por Oxalá. A deusa do amor parte com um ebó até Olodumare, para que não haja mais seca na Terra. No caminho ela não hesita em repartir os ingredientes da oferenda com o velho Obatalá e as crianças que encontra, e mesmo assim alcança seu objetivo pela comoção de Olodumare. Com grande compaixão, Oxum intercede junto a Olodumare para que ele ressuscite Obaluaiê, em troca do doce mel da bela orixá. E ela garante a vida alheia também ao acolher a princesa Ala, grávida, jogada ao rio por seu pai. Oxum cuida da recém-nascida, a querida Oiá.Com suas jóias, espelhos e roupas finas, Oxum satisfaz seu gosto pelo luxo. Ambiciosa, ela é capaz de geniais estratagemas para conseguir êxito na vida. Vai à frente da casa de Oxalá e lá começa a fazer escândalo, caluniando-o aos berros, até receber dele a fortuna desejada para então calar-se. E assim Oxum torna-se "senhora de tanta riqueza como nenhuma outra Yabá (Orixá femino) jamais o fora".A vontade de conhecer os segredos do destino faz com que Oxum, esperta que é, coloque seu poder de atração sexual em acordos para esse fim. Ela é especialista no toma-lá-dá-cá. É desse modo que aprende a arte da adivinhação com Exu, e as roupas de Obatalá, e as vestes do "Senhor do Pano Branco" pelo segredo do Ifá. Assim Oxum se torna senhora do jogo de búzios. Beleza, agilidade e astúcia são ingredientes do sucesso deste orixá. No amor Oxum é ardorosa, de tão formosa e quente que é. Oxum luta para conquistar o amor de Xangô e quando o consegue é capaz de gastar toda sua riqueza para manter seu amado. Ela livra seu querido Oxósse do perigo e entrega-lhe riqueza e poder para que se torne Alaketu, o rei da cidade de Ketu. Oxum provoca disputa acirrada entre dois irmãos por seu amor: Xangô e Ogum, ambos guerreiros famosos e poderosos, o tipo preferido por ela. Xangô é seu marido, mas independente disso, se um dos dois irmãos não a trata bem, o outro se sente no direito de intervir e conquistá-la. Afinal Oxum quer ser amada e todos sabem que ela deve ser tratada como uma rainha, ou seja, com roupas finas, jóias e boa comida, tudo a seu gosto. A beleza é o maior trunfo do orixá do amor. Como esposa de Xangô, ao lado de Obá e Oiá, Oxum é a preferida e está sempre atenta para manter-se a mais amada. Ela adora enganar Obá. Oxum induz Obá a cortar a própria orelha para cozinhar e servir para Xangô, dizendo ser o prato preferido do marido, que na verdade fica enojado e enfurecido. Ela também engana Eleguá que, a serviço de Obá para fazer um sacrifício, corta erradamente o rabo do cavalo de Xangô. Outra vez Obá queria agradar seu marido, mas acaba odiada por ele. Oxum definitivamente quer o fracasso de quem considera rival. Foi de Oxum a delicada missão dada por Olodumare de religar o orum (o céu) ao aiê (a terra) quando da separação destes pela displicência dos homens. Tamanho foi o aborrecimento dos orixás em não poder mais conviver com os humanos que Oxum veio ao aiê (a terra) prepará-los para receber os deuses em seus corpos. Juntou as mulheres, banhou-as com ervas, raspou e adornou suas cabeças com pena de ecodidé (pena de um passáro sabrado), enfeitou seus colos com fios de contas coloridas, seus pulsos com idés (pulseiras), enfim as fez belas e prontas para receberem os orixás. E eles vieram. Dançaram e dançaram ao som dos atabaques e xequerês. Para alegria dos orixás e dos humanos estava inventado o Candomblé. Os mitos da Oxum mostram o quão múltipla é sua personalidade. (Prandi, 1997).







Trecho extraído e adaptado de: PRANDI, Reginaldo - Mitologia de Orixás, Mitos afro-americanos reunidos e recontados, São Paulo, 1997 (mimeo).

domingo, novembro 15, 2009

Baiana

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Baiana tão iluminada
Baiana tu és encantada.
Baiana tão bela que dança
Baiana na roda vira criança.

Baiana sua cor nos traduz
Baiana seu sorriso reluz.
Baiana, mulher e guerreira
Nos olhos carregas as dores de uma mãe verdadeira.
Baiana, tu és um encanto
Da tua boca ecoa um canto.

De tua raiz me orgulho e me rendo
Por que cantas sorrindo ou sofrendo.
Baiana que nessa roda canta
Baiana que neste salão dança, chamando por teu “Orixá”
Baiana que aqui brinca saudando pai Oxalá.

Autor (a): Rosana Santos de Santana

quinta-feira, outubro 22, 2009

Obaluaiê

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Obaluaiê

Atotô, Atotô,
Meu pai Obaluaiê.
Salve, querido pai da vida
E da riqueza.
Oh, grande Obaluaiê,
se meus Pedidos forem injustos e
Não merecidos, não me puna, Pai.
Não deixe que caia Sobre mim a sua irá.
Mas dê a mim o que For de meu merecimento.
Senhor da lama e do ouro.
Pai de todo Ayê,
Que as suas bênçãos
Me livrem de todos os males.
De todas as dores, De todas as doenças.
De todas as pestes, moléstias
E perseguições.
Ilumine, Obaluaiê, a minha vida,
Minha consciência
E que a sua justiça seja Sempre minha companheira.
Proteja-me,
Pai, Atotô. Axé.

sábado, setembro 26, 2009

27 de Setembro: Ibejis e Erês em Festa.

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A palavra Ibeji que dizer gêmeos e o orixá Ibeji é o único permanentemente duplo. Forma-se a partir de duas entidades distintas que cooexistem, respeitando o princípio básico da dualidade.

Contam os Itãns (conjunto de lendas e histórias passados de geração a geração pelos povos africanos), que os Ibejis são
filhos paridos por Iansã, mas abandonados por ela, que os jogou nas águas. Foram abraçados e criados por Oxum como se fossem seus próprios filhos. Doravante, os Ibejis passam a ser saudados em rituais específicos de Oxum e, nos grandes sacrifícios dedicados à deusa, também recebem oferendas.

Entre os deuses africanos, Ibeji é o que indica a contradição,os opostos que caminham juntos a dualidade de todo o ser humano, Ibeji mostra q
ue todas as coisas, em todas as circunstância, tem dois lados e que a justiça só pode ser feita se as duas medidas forem pesadas, se os dois lados forem ouvidos.

Na África, O Ibeji é indispensável em todos os cultos. Merece o mesmo respeito dispensado a qualquer Orixá, sendo cultuado no dia-a-dia. Ibeji não exige grandes coisas, seus pedidos são sempre modestos; o que espera como, todos os Orixás, é ser lembrado e cultuado. O poder de Ibeji jamais pode ser negligenciado, pois o que um orixá faz Igbeji pode desfazer, mas o que um Ibeji faz nenhum outro orixá desfaz. E mais: eles se consideram os donos da verdade.

Existe uma confusão latente entre o Orixá Ibeji e os Erês. É evidente que há uma relação, mas não se trata da mesma entidade. O Erê é o intermediário entre a pessoa e seu Orixá, é o aflorar da criança que cada um guarda dentro de si; reside no ponto exato entre a consciência da pessoa e a inconsciência do orixá. É por meio do Erê que o Orixá expressa sua vontade, que o noviço aprende as coisas fundamentais do candomblé, como as danças e os ritos específicos de seu deus. São duas divindades gêmeas, sendo costumeiramente sincretizadas aos santos gêmeos católicos Cosme e Damião. Ao contrário dos erês, entidades infantis ligadas a todos os orixás e seres humanos, são divindades infantis, orixás-crianças.

Por serem gêmeos, são associados ao princípio da dualidade; por serem crianças, são ligados a tudo que se inicia e brota: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas, etc.

A palavra Erê vem do yorubá iré que significa "brincadeira, divertimento".
Daí a expressão siré que significa “fazer brincadeiras”.

O Erê (não confundir com criança que em yorubá é omodé) aparece instantaneamente logo após o transe do orixá, ou seja, o Erê é o intermediário entre o iniciado e o orixá.

Durante o ritual de iniciação, o Erê é de suma importância, pois, é o Erê que muitas das vezes trará as várias mensagens do orixá do recém-iniciado. O Erê na verdade é a inconsciência do novo omon-orixá, pois o Erê é o responsável por muita coisa e ritos passados durante o período de reclusão.

Cada Erê traz um nome inspirado no arquétipo ou natureza do orixá ao qual está submetido, por exemplo:

“Foguete” ou “Trovãozinho” para Xangô.

“Ferreirinho” para Ogun.

“Pingo de Ouro” para Oxum e assim por diante.

Agora, esses nomes não serão os mesmos em cada iyawo. Cada Erê trará um nome que, será inspirado no arquétipo ou natureza do orixá a que está submetido.

LENDA:

Iansã e Xangô tiveram dois filhos gêmeos. Só que, quando eles ainda eram pequenos, houve uma epidemia que matou muitas
crianças do povo, e um dos gêmeos morreu. Os pais ficaram desesperados e Iansã, como é amiga dos Eguns, resolveu pedir sua ajuda.

Esculpiu um boneco de madeira igual ao filho que havia morrido, vestiu-o e enfeitou-o como se fosse para uma festa e colocou-o no

lugar de honra da casa. Todos os dias ela colocava uma oferenda aos pés da imagem e conversava com ela como se fosse seu filho
vivo. Comovidos com seu amor pela criança, os Orixás fizeram a estátua viver e Iansã voltou a ter seus dois filhos.


A grande cerimonia dedicada a estes orixás acontece a

27 de setembro, dia de Cosme e Damião, quando comidas com

o caruru, vatapá, bolinhos, doces, balas (associadas às crianças, portanto) são oferecidas tanto aos orixás como aos frequentadores dos terreiros.





Orixás

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Orixás são elementos da natureza, cada orixá representa uma força da natureza.
Quando cultuamos nossos orixás, cultuamos também as forças elementares oriundas da água, da terra, do ar, do fogo, etc. Essas forças em equilíbrio produzem uma enorme energia (asé), que nos auxilia em nosso dia a dia, ajudando para que nosso destino se torne cada vez mais favorável.
Sendo assim, quando dizemos que adoramos deuses, nós nos referimos a estarmos adorando as forças da natureza, forças essas pertencentes a criação do grande pai. Pai esse conhecido por nós como "Ólorun"ou Olodumaré (Deus supremo).

No Brasil, erroneamente, diz-se que Oxalá é o pai maior. Na verdade, Oxalá é um dos mais velhos, Orixá Fun Fun. Orisála por ser sincretizado no Brasil com Jesus Cristo, é cultuado como "Orisá maior", no Brasil o mais respeitado e o mais velho entre os Orixás.

A grande maioria das nações africanas anterior a era cristã, conheciam a existência de Ólorun como grande criador, ser fundamental.
Acreditamos que nosso Deus "é o todo". E o todo é a natureza e seus integrantes, (animais, vegetais, homens, planetas, etc.)

Nota: Olorun está acima da vaidade pessoal e de religiões que buscam sempre monopolizar o seu poder.

Nosso Deus jamais pune seus filhos tão pouco condena-os a fogueira eterna, também nunca os entregou ao seu maior "inimigo" após cometer erros divinos chamado de pecados eternos, nosso deus não destrói países e não aniquila civilizações de filhos amados por ciúmes quando não adorado, amado ou seguido...
Como pai, jamais deixaria de perdoar meus filhos, tão pouco condenaria-os ao extermínio por erros que cometem ou possam cometer.
O verdadeiro pai perdoa, ensina, ama e protege seus filhos.
Portanto nosso deus é um pai mais perfeito que qualquer outro pai...

Como já havíamos comentado, nosso panteão nada mais é que a junção das energias de todo os elementos da natureza, cada elemento e força da natureza é por nós representado por um Orixá...

Aprendemos a sentir e manipular essas energias individualmente através de cada Orixá, os seguidores iniciados(iyawos) sobre a influência de um Orixá, específico,detém mais energia do seu influente que os filhos de outros Orixás.

Exemplo: Os filhos de Ossain possuem mais energia voltada para as curas e plantas do que os filhos de Ogun que possuem por sua vez, detém mais energia voltado a armas, matais, trabalho, etc.

Em resumo, quase todos os Orixás tiveram uma curta passagem pelo nosso mundo, após fatos heróicos ou divinos, encantaram-se e retornaram ao Orun (céu), deixando para nós, segredos e ensinamentos, encurtando a ligação do material ao espiritual. Ligação essa, que nós preservamos e usamos não só para nós, mas também para as pessoas que nos procuram, mesmo sem ter ligações diretas com a religião.

Em nossa religião, é fundamental a integração com a natureza, pois quanto maior o contato com a natureza, maior será seu desenvolvimento, sua energia, seu asé e, portanto, maior será o cordão (elo) de ligação com seu orixá aproximando mais de olorum(deus criador/construtor de todo o universo.


Texto Obanise

quinta-feira, setembro 24, 2009

Festa do Pai Oxossi

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A festa do Pai Oxossi aconteceu no mes de abril.

Quando o Pai veio em Terra, trazendo seu Axé para seus filhos

e convidados alí presente.

Aguardamos aciosos pela próxima festa.

"Okê Arô, Oque Odé!"

quarta-feira, setembro 23, 2009

Boiadeiros

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Boiadeiros são entidades fortes em sua grandeza.
Podem ser divididos em três categorias:


  • Boiadeiros dos Orixás do Candomblé, que são os mensageiros;
  • Os Boiadeiros boiadeiros (!);
  • E também há os mensageiros dos Boiadeiros dos Santos, que são os que nas cantigas chamamos de "tocador de gado".
É uma linha maravilhosa para auxílio e descarrego dos médiuns.


"Salve, salve, Pai Boiadeiro!!!"





terça-feira, setembro 22, 2009

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Festa do Caboclo Boiadeiro

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ILÊ AXÉ ODARA

Aconteceu no dia 19 de Setembro de 2009, às 21:00m, a festa do caboclo Boiadeiro.
Todo inicio de festa tem toda uma movimentação e todos vão para as coisas práticas.
Sabe,uma das melhores sensações que alguém pode sentir quando se está perto de alguém é como nós nos sentimos quando estamos perto de Boiadeiro. É como se uma mão nos tocasse tão docemente e afagasse todas as nossas dores. Esta festa nos transmitiu mais do que isso, nos transmitiu paz,amor,espiritualidade, capacidade de compreensão, capacidade de entender os outros e a nós mesmos.
Essa festa foi,é e sempre continuará sendo perfeita, pois com o axé de pai Gildo de Obaluaiê e Mãe Guilhermina juntamente com os orixás da casa e o caboclo Bioadeiro essa força não cessará.
A Instituição Ilê Axé Odara tem a honra,a alegria e se enche de amor por saber que nosso Ilê carrega consigo toda força e luz do pai Boiadeiro e todos os outros orixás.
Axé!!!





Texto postado por : Rosana Santana, filha do Ilê Axé Odara> letrasminhas2@gmail.com